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6 de mai. de 2011

Profissão Mãe!!!!

Texto por Bia Farias.

Fiquei pensando o que escrever sobre as Mães, já que estamos próximos ao dia que se comemora essa função que é tão importante desde os primórdios. Eu sou mãe recente, e tenho vivido uma sensação de pertencimento a esse mundo novo, para mim: o das mães. É como se tivesse entrado num portal que só quem é mãe pode entrar e compartilhar o que se vive a partir desse momento mágico: o ficar responsável por alguém, sem deixar de ser responsável por si mesma. Tendemos a nos deixar em segundo plano quando somos mães, não só a nós, mas o casamento, o marido, o trabalho, a casa... e devemos ficar atentas para dar a atenção devida e “amamentar” cada um desses lados para que não definhem e morram, o que é um desafio diário.

Eu percebo muito bem as polaridades desde a gestação, o nascimento e os primeiros meses. Você se pega vivendo-as o tempo todo: o difícil e o fácil, o belo e o feio, o amor e o ódio, a paz e a turbulência... e o “quê” da questão está em saber lidar com os dois lados e deixar a relação mãe- filho ir acontecendo.

O importante é estar aberta ao novo, ao desconhecido e à relação com essa nova pessoinha que chega ao mundo através de nós, que é um indivíduo, com sua história, seu processo e sua individualidade, suas tendências e sua personalidade. O respeito é muito importante desde o início. Por ele e por nós mesmas.

Há algumas mulheres que se desinteressam por todo o resto quando se tornam mães. Focam todas as energias nesse novo papel e deixam tudo o mais para depois. Ser mãe é algo que é muito importante, mas não muito valorizado quando visto como uma ocupação. Vou me valer de um email que recebi para continuar esse texto.

Certo dia, uma mulher chamada Anne foi renovar a sua carteira de motorista.

Quando lhe perguntaram qual era a sua profissão, ela hesitou. Não sabia bem como se classificar. O funcionário insistiu:

- O que eu pergunto é se tem um trabalho.

- Claro que tenho um trabalho, exclamou Anne. Sou mãe.

- Nós não consideramos isso um trabalho. Vou colocar dona de casa - disse o funcionário friamente.

Uma amiga sua, chamada Marta soube do ocorrido e ficou pensando a respeito por algum tempo.

Num determinado dia, ela se encontrou numa situação idêntica. A pessoa que a atendeu era uma funcionária de carreira, segura, eficiente. O formulário parecia enorme, interminável. A primeira pergunta foi:

- Qual é a sua ocupação?

Marta pensou um pouco e sem saber bem como, respondeu:

- Sou doutora em desenvolvimento infantil e em relações humanas.

A funcionária fez uma pausa e Marta precisou repetir pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas.

Depois de ter anotado tudo, a jovem ousou indagar:

- Posso perguntar o que é que a senhora faz exatamente?

Sem qualquer traço de agitação na voz, com muita calma, Marta explicou:

- Desenvolvo um programa a longo prazo, dentro e fora de casa.

Pensando na sua família, ela continuou:

- Sou responsável por uma equipe e já recebi quatro projetos. Trabalho em regime de dedicação exclusiva. O grau de exigência é de 14 horas por dia, às vezes até 24 horas.

À medida que ia descrevendo suas responsabilidades, Marta notou o crescente tom de respeito na voz da funcionária, que preencheu todo o formulário com os dados fornecidos.

Quando voltou para casa, Marta foi recebida por sua equipe: uma menina com 13 anos, outra com 7 e outra com 3. Subindo ao andar de cima da casa, ela pôde ouvir o seu mais novo projeto, um bebê de seis meses, testando uma nova tonalidade de voz.

Feliz, Marta tomou o bebê nos braços e pensou na glória da maternidade, com suas múltiplas responsabilidades e horas intermináveis de dedicação. Mãe, onde está meu sapato? Mãe, você me ajuda a fazer a lição? Mãe, o bebê não pára de chorar. Mãe, você me busca na escola? Mãe, você vai assistir a minha dança? Mãe, você compra? Mãe...

Sentada na cama, Marta pensou: se ela era doutora em desenvolvimento infantil e em relações humanas, o que seriam as avós? E logo descobriu um título para elas: doutoras-sênior em desenvolvimento infantil e em relações humanas. As bisavós, doutoras executivas sênior. As tias, doutoras-assistentes.

No mundo em que os títulos são importantes, em que se exige sempre maior especialização na área profissional, torne-se especialista na arte de amar. Como excelente mestra, ensine seus filhos, através do seu exemplo, a insuperável arte de expressar sentimentos.

Exemplifique a renúncia, a paciência e a diplomacia. E colha vitoriosa, ao final de cada dia, os louros do seu esforço nos abraços dos seus filhos e na espontaneidade de suas manifestações de afeto.
Essa história faz pensar nessa função tão importante que é ser mãe e no amor incondicional que nasce com a maternidade, além das várias responsabilidades implícitas nesse papel. Porém, não devemos esquecer os nossos outros papéis, pois depois que os filhos crescem e começam a seguir seus rumos, uma mulher que tenha se dedicado única e exclusivamente a esta função vai se deparar com um vazio enorme e terá que resgatar as coisas que deixou de lado durante o período que se dedicou a ser somente mãe.

Terá que voltar a ser “mãe de si mesma”, se cuidar e buscar o que lhe traga novo
sentido à vida, que não seus filhos, liberando-os para viver suas vidas e se libertando
para viver a própria.
Portanto, você que já é mãe ou vai se tornar, ao passar pelo portal, tente não esquecer tudo que viveu antes e daquilo que fazia sentido para você, como indivíduo. Procure juntar tudo.

A todas vocês que, como eu, já passaram por esse portal e fazem essa ginástica diária que é viver tantos papéis: o de esposa, filha, irmã, profissional, dona de casa e mulher: Feliz dia das mães!!


 

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