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3 de ago. de 2010

Meu Pai, Meu Avô!

O dia dos pais é uma data triste para muita gente. Há os que perderam o pai na infância, na adolescência e até mesmo na vida adulta. Outros, são filhos de pais separados ou não conhecem seus pais. E aí, como encarar isso? É possível conviver e até mesmo superar a ausência da figura paterna?
Nem tudo na vida é perfeito. Infelizmente!
A representação da figura paterna é fundamental na formação, no desenvolvimento e construção moral, social, emocional e psicológica da criança. Mas os filhos de pais separados ou de mães "solteiras" não são mais problemáticos do que os filhos de pais casados. Algumas vezes, observamos na sociedade uma tendência em rotulá-los, que deve ser evitada.
Na fase da adolescência, sem sombra de dúvidas, fase onde nós mesmos não nos conhecemos direito, onde tudo e todos mudam em fração de segundos, onde não somos mais crianças nem somos adultos, donos dos nossos narizes, das nossas vontades e muitas vezes das nossas fraquezas, sentimos mais a dor da ausência.
Talvez se meu pai estive presente no meu dia-a-dia as coisas teriam sido diferentes? Talvez sim, talvez não. Pois a minha mãe foi "pai/mae" Mas não significa que ela não tenha conseguido ser pai e mãe. Foi sim, mas a mãe é mãe, e a figura masculina paterna não é substituída por ninguém! A mãe, o avô(a), padrinho, tios, primos, padrastos, namorados...Podem ajudar a superar essa falta...! 
Agora, o meu depoimento como filha de pais separados e pai 100% ausente é: Não vou dizer que eu não sofri quando precisei do pai e ele não estava presente, sofri sim.
Mas a convivência e a criação que tive pelos meus avós superaram qualquer ausência.
Ser criado pelo avô(a) é uma dádiva de Deus e tal fato deve ser tratado com distinção e honra. Afinal, quem melhor do que os matriarca da família para ensinar os bons costumes aos novos membros?
Eu tive a oportunidade e a benção de me tornar através deles, uma pessoa realizada, bem sucedida e feliz.Mas uma coisa eu posso afirmar, falta de um pai presente não foi motivo para que eu me achasse a última das criaturas, ou me rebelasse na escola, em casa ou em qualquer situação que eu me colocasse como vítima por não ter um pai presente. Pelo contrário, eu fui a luta, amadureci mais depressa, corri atrás dos meus objetivos, me tornei independente, e dou muito valor a minha mãe, aos meus avós e as pessoas que sempre estiveram presentes em minha vida.
Quanto a ''figura'' do meu pai,  há muito tempo isso está bem resolvido, não lamento,  não tenho pena, não tenho raiva, ou seja, não tenho sentimento e ressentimento nenhum...acredito que como dizia Chico Xavier NADA NESSA VIDA É POR ACASO. Absolutamente nada!!!
Por isso temos que nos preocupar em fazer a nossa parte, da melhor forma possível.
A vida nem sempre segue o nosso querer, mas ela É PERFEITA NAQUILO QUE TEM QUE SER !
Dedico um Poema a todos os Pais, e em especial ao meu avô Daniel Carratú, poema que Saulo Ramos escreveu em 1952 e que ainda considero atual:


Meu pai, eu sou tua ressurreição:/ herdei, de ti, feições e sentimento,/e trago na alma o que tu tens no fundo./Ao caminharmos para a perfeição/ tenho a impressão de que, certo momento,/ fomos um só, na criação do mundo./ Viemos de geração em geração,/ no mesmo sangue, ao mesmo amor ardente,/ multiplicados a nos renascer,/ sentindo, a cada nova criação,/ o outro querendo ser eternamente/o que um não teve tempo para ser./ Somos tão nós, que o tempo nos reflete/como dois incansáveis andarilhos/ através de velhice e mocidade…/… e é tão imenso o amor que nos repete/ que nasceremos juntos em meus filhos/ e chegaremos um, na eternidade.

♥  Mônicat's. 

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